terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Literacia+, enquanto é tempo



"A predilecção dos media dominantes pelo sensacionalismo, a necessidade de novidades constantes, e a ênfase nos lucros em vez de na responsabilidade cívica tornou-os vulneráveis à manipulação estratégica. Muitos participantes da extrema-direita estão bem destas dinâmicas. A capacidade de indivíduos de extrema direita para trabalhar em rede, colaborar, e se reunirem rapidamente para promover novos temas, e o seu jeitinho para criar espectáculo que atraia as notícias dos media, permitiu-lhes difundir propaganda e efectivamente espalhar desinformação. Como demonstrámos, para além do impacto óbvio que o crescente discurso racista, sexista, e homofóbico pode ter nas pessoas individualmente, o aumento das mensagens de extrema.direita tem, potencialmente, impactos graves na participação democrática e cívica. Esperamos que o nosso trabalho ajude a tornar mais complexas as narrativas simplistas sobre "fake news" ou "Trump memes" e contribua com bases para futuro estudo e activismo."
p. 47

Um documento útil, oportuno e pertinente. A usar, antes que seja tarde.

Notícia via Carlos Pinheiro, aqui

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Escolas e gestão curricular : aviso à navegação



Todos os dias regresso da escola com a sensação de que não conseguirei continuar por muito mais tempo alheia ao estado calamitoso da educação que temos. Cumpro tudo aquilo a que sou obrigada mas faço das tripas coração para que a “minha” escola e os “meus” alunos se reculturem todos os dias, procurando novas formas de debate, novos temas de discussão, ambicionando a irreverência que nos permita a todos, viver os dias de uma forma mais feliz e numa sociedade mais justa. Porém, esta sociedade não me ajuda neste intento. Todos os dias vejo aumentar a descrença dos jovens por um mundo melhor. Muitos deixaram de acreditar na justiça. Basta que lhes peça um texto sobre o tema e são os grandes exemplos de corrupção política e desportiva que imediatamente vêm à baila. E pouco mais.

A meu ver, a gestão curricular ocupa, neste contexto do mundo em que vivemos, uma centralidade inegável na medida em que permitirá, se a fizermos com eficácia criativa, relançar o elo entre a escola e a sociedade numa perspetiva de adequação aos seus destinatários, proporcionando, paralelamente às aprendizagens comuns a todos, uma diferenciação que pudesse colmatar as diferenças cognitivas e culturais dos nossos jovens.
Carmo Machado, 10.02.2019
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