sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Dia Internacional da Literacia, 8 de setembro

 
Levar as crianças para a cozinha é uma excelente forma de treinarmos as suas competências culinárias. Muitas famílias alimentam-se mal porque não sabem cozinhar. Não conhecem os alimentos. Isto tem de ser treinado e ensinado ao longo da vida. Além disso é uma excelente forma de passarmos tempo com os nossos filhos.


“A lancheira escolar deve refletir os bons hábitos alimentares em casa” | Crianças a torto e a Direitos

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Vai haver 1 auxiliar em cada sala do pré-escolar

Tiago Brandão Rodrigues assegurou que ainda este ano serão contratados 1500 novos profissionais. Só não precisou a partir de que data é que estarão nas escolas. Vão somar-se a outros 500 no próximo ano letivo. A prioridade será dada ao acompanhamento de alunos com necessidades educativas especiais e ao ensino pré-escolar, afirmou.
Um anúncio que anima e nos obriga a proatividade, a todos e todas que compõe a "aldeia " que crua tidas as crianças, sejam ou não da nossa família direta.
Aguardemos divulgação dos concursos públicos, externos, para vermos quantos postos de trabalho são criados.

O pré-escolar está a ser alargado aos 3 anos de idade. A gestão do pessoal não docente no pré-escolar público compete já às autarquias - esperemos que os candidatos e as candidatas às autarquias na campanha eleitoral em curso se pronunciem sobre isto, e sejam interpelados sobre o assunto.
Por outro lado, esperemos que a formação destes profissionais, tão importantes num momento decisivo da educação das futuros habitantes dos nossos territórios, seja acautelada devidamente, e em coerência com o perfil do aluno aprovado pelo atual Governo, a Constituição da República, a Declaração dos Direitos Humanos. Sendo mais que colocações efémeras por alguns meses, como é direito das crianças, esta medida permitirá aumentar a estabilidade e a eficácia das respostas educativas - mantendo pelo menos uma pessoa adulta com continuidade durante 2 ou 3 anos nas salas dos mais pequeninos...
A precariedade dos vínculos laborais prejudica sempre a qualidade do serviço que se presta, mas isso é economia (arte de desenvolver riqueza) não cabe nos indicadores de tesouraria. Riqueza, para cada vez mais habitantes do planeta Terra, não é lucro de alguns nos cofres bancários, mas sustentabilidade de um futuro mais digno, mais feliz e mais livre para toda a gente.
Por isso as regiões que têm nos seus residentes maiores fortunas monetárias são quase sempre países onde há mais fome, miséria, guerra, tristeza e luto. Pobreza.
Isto anda tudo ligado.

Vai haver um auxiliar em cada sala do pré-escolar: No próximo ano letivo, haverá um auxiliar de educação em cada sala do ensino pré-escolar, assegurou esta quarta-feira o ministro da Educação, no agrupamento de escolas de Padrão da Légua, Matosinhos.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Rio de Contos 2017 Almada - Viral Agenda


Rio de Contos 2017 Almada - Viral Agenda

Bibliotecas escolares - inquérito relevante (Europa)

Equánima
Imagem  de
III Laboratorio filosófico: “Las grandes preguntas de la vida ”, EQUANIMA, 2017, retirada daqui

As perguntas que lhe colocamos neste breve inquérito são: pensa que as bibliotecas escolares estão a tornar-se cada vez mais irrelevantes na era digital? Ou a necessidade de bibliotecas escolares e dos serviços prestados pelos bibliotecários é ainda maior hoje do que nunca? 
A biblioteca escolar é um lugar em que os alunos podem dar seguimento às aulas e realizar pesquisa sobre tópicos selecionados por eles, com a ajuda de pessoal qualificado (bibliotecário, professor bibliotecário, etc.) 
Os alunos são também aí incentivados a ler por prazer. A biblioteca escolar pode apoiar a aprendizagem autónoma, fora do ensino formal na sala de aula, e pode constituir uma via alternativa para o conhecimento e as competências ao disponibilizar um espaço dedicado ao estudo e a recursos de aprendizagem em formato impresso e digital. 
Muitas bibliotecas escolares estão a transformar-se em centros de recursos multimédia, com computadores, acesso a recursos em linha e meios digitais. Contudo, com acesso ilimitado a informações na Internet, mesmo esta função está a ser desafiada. 
Algumas escolas utilizam a sua biblioteca para melhorar os resultados de aprendizagem e promover a inclusão e a igualdade através de abordagens inovadoras da aprendizagem. No contexto da "abordagem a nível de toda a escola", a biblioteca pode ser o ponto de encontro de toda a comunidade escolar, de alunos, professores, assim como de famílias e partes interessadas. 
A Comissão Europeia lançou um inquérito sobre bibliotecas escolares, que está aberto a respostas até 30 de setembro, em 23 línguas.
Venho apelar a que respondamos, para influenciar a informação recolhida e que poderá apoiar decisões que afetem Porugal, e toda a União Europeia.

É uma novidade com o seu significado, pois tem sido muito difícil conseguir que as estruturas da União Europeia considerem as bibliotecas escolares e as suas especificidades, nomeadamente a necessidade de formação específica dos seus responsáveis - bibliotecários escolares, profesores bibliotecários ou com outro título. E a urgência desta formação para os papéis da biblioteca num tempo cada vez mais digital

Inquérito  em português aqui: https://ec.europa.eu/eusurvey/runner/5521fffa-85a8-46ca-91d6-3a7db3447e53?draftid=333161ea-b94d-4a02-96d8-b01aeb27f517&surveylanguage=PT

Informação recebida pelas listas de distribuição IFLA, IASL e ENSIL

Um exemplo dos pontos do questionário, que é aliás muito curto - aqui trata-se de declarar grau de concordância/discordância das afirmações:

*Hoje em dia, as bibliotecas escolares são menos relevantes do que no passado.
*Hoje em dia, uma biblioteca escolar precisa de oferecer mais do que apenas livros para ser uma componente útil da escola.
*São as bibliotecas escolares tecnologicamente avançadas que são eficazes no desenvolvimento das competências essenciais do alunos.
*As bibliotecas escolares desempenham um papel crucial na promoção da inclusão e da igualdade.
*Os orçamentos das escolas seriam melhor aplicados com os professores das disciplinas e os recursos da sala de aula do que nas bibliotecas.
*A atividade de bibliotecário escolar não exige qualquer qualificação especial.
*As bibliotecas escolares no meu país não são suficientemente financiadas.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Carta aberta de uma mediadora de leitura neste reg...

Foto de Laredo Associação Cultural.

Transcrevo e aplaudo. Paula Jacinto Cusati, Portugal, 2017
Carta aberta a todos os que constroem e lutam por uma escola melhor

Cada início de mais um ano letivo representa sempre uma nova oportunidade de fazer mais e melhor. Cada recomeço pode e deve trazer consigo horizontes largos e possibilidades concretas. Este é o momento em que todos (famílias, docentes, funcionários, diretores e suas equipas, direções gerais, autarquias, etc) focam, ou deveriam focar, a sua atenção e os seus esforços conjuntos  na construção de uma escola mais motivadora, inclusiva e atenta à realidade que a circunda. Os dados europeus relativos à literacia são preocupantes: 1 em cada 5 jovens de 15 anos e 1/4 da população adulta da União Europeia não possui as competências de leitura e escrita necessárias para funcionar plenamente em sociedade (1). Embora os alunos portugueses de 15 anos tenham finalmente obtido uma posição superior à média da OCDE em leitura nos exames PISA de 2015 (2),  há muito para fazer. Enquanto mediadora da leitura e da escrita, gostaria de  vos convidar a refletirem comigo acerca do importante e insubstituível papel que cada um de vós cumpre, ou poderá cumprir, na edificação de um percurso escolar precioso e fecundo para as crianças e jovens que dentro de poucos dias entrarão nas salas de aula do nosso país. É essencial ajudar a formar leitores, ou melhor, a cultivar leitores autónomos e críticos, cidadãos ativos e participativos desde tenra idade.

Se as famílias reconhecerem neste recomeço a ocasião ideal para criar ou retomar hábitos de leitura partilhada, por exemplo, como a história da boa noite, todas as noites, sem pressas nem ânsias de praticar a leitura, mas simplesmente pelo prazer de desfrutarem juntos de uma boa narrativa, a criança associará o ato de ler a momentos permeados de afetos e conversas significativas. Se as casas dessas famílias forem ambientes leitores e elas mantiverem esses hábitos independentemente da idade da criança e da sua fluência leitora, esta não sentirá a leitura como um peso ou uma prova, mas como um gesto natural e também uma dádiva.

Se os docentes não se deixarem soterrar pelas orientações curriculares e programas, mas souberem lê-los com um sentido de prioridade e propósito, serão capazes de dedicar quotidianamente um tempo à leitura e à escrita. Saberão fazê-lo não com fichas, nem com manuais, mas com a autêntica literatura para a infância e juventude, com o seu entusiasmo, o seu conhecimento e a sua experiência de educadores e professores leitores, lendo em voz alta, fomentando a leitura individual e a construção coletiva de sentido. Para além de tudo o que já as habita, e que talvez até cause demasiado ruído (o início do ano letivo é uma excelente ocasião para "curar" os espaços educativos), as salas de aula têm que ter livros, muitos e bons. Com os livros certos os docentes conseguirão chegar até aos alunos mais relutantes.

Se os diretores e as suas equipas assumirem a leitura e a escrita como competências transversais fulcrais para a aprendizagem ao longo da vida, que sustentam a curiosidade, a imaginação e a criação de conhecimento em qualquer área, saberão mobilizar toda a escola em torno de um plano leitor anual ou plurianual. Saberão apoiar os professores bibliotecários e os restantes docentes, atribuindo-lhes os recursos (financeiros, humanos, formativos) necessários para que a leitura e a escrita não sejam reduzidas a provas, concursos, ou espetáculos, mas antes adquiram a dignificação plena e a alegria contagiante que advém da prática quotidiana, do esforço de aprender, do prazer de ler e compreender, e da consequente evolução e melhoria por parte dos alunos a todos os níveis.

Se as direções-gerais (e o ministério da educação) apoiarem verdadeiramente as escolas, os seus diretores e todos os docentes, saberão fazer cada vez mais um trabalho de acompanhamento e supervisão pedagógica em detrimento da fiscalização burocrática.  
Se as autarquias investirem seriamente na cultura e na educação, saberão apoiar as escolas e as famílias, dedicando uma boa parte do seu orçamento a programas municipais de promoção do livro e da leitura em parceria com as escolas, outras instituições culturais e, obviamente, o Plano Nacional de Leitura. Valorizarão os mediadores das bibliotecas municipais, confiando no seu trabalho e na sua experiência. Darão o seu exemplo e não meramente a sua presença. 
Tudo isto é possível. Uma escola leitora, inspiradora, para todos, não é uma utopia. Para que tal aconteça, cada um de nós (famílias, docentes, funcionários, diretores e suas equipas, direções gerais, autarquias, etc) deverá deixar de lado as críticas, as queixas, as desculpas e fazer a sua parte. Ninguém se pode excluir ou isentar. Basta de palavras. É hora de gestos concretos. Aproveitem este início limpo, este ano inteiro por escrever. Ajam, agora! 
Atenciosamente, 
Paula Cusati
mediadora de leitura

 (1) Síntese do Relatório do Grupo de Peritos de Alto Nível sobre Literacia da UE (Set. 2012): http://www.eli-net.eu/fileadmin/ELINET/Redaktion/user_upload/LITERACY_SUMMARY_PT.PDF
(2) Informações do IAVE sobre o Programme for International Student Assessment (PISA): http://iave.pt/np4/12.html

Fonte: 
Pequeno Armazém de Palavras: Carta aberta de uma mediadora de leitura neste reg...: Carta aberta a todos os que constroem e lutam por uma escola melhor Cada início de mais um ano letivo representa sempre uma nova opo...