Sophia, o robot apresentado no Web Summitt 2017, em Lisboa. Foto sem créditos, daqui
"Ao fazedor Sergey Kalnish, toda esta tecnologia e os robôs também causam pouca estranheza. Chegou à cimeira a partir do Canadá para apresentar a Smarthire, uma aplicação que pretende contratar para os empregos do futuro. "A automação e a tecnologia vão alterar o panorama do emprego, disso não tenho dúvidas nenhumas. Mas a mudança não será diferente da que a internet provocou", revela o empreendedor ao DN/Dinheiro Vivo.
Os números dos estudos mais recentes não escondem a aproximação das mudanças: a consultora EY estima que em sete anos um em cada três empregos possa ser substituído por sistemas de tecnologia inteligente. Já o Fórum Económico Mundial estima que a robótica possa vir a destruir 5 milhões de empregos até 2020. O Fórum adianta ainda que por cada 20 empregos destruídos pela automação, os homens conseguirão encontrar cinco novos empregos enquanto as mulheres apenas um.
Na Smarthire as mudanças já começaram. "Nos EUA e no Canadá a internet das coisas vai eliminar milhares de empregos. E este é um problema do agora. Por isso, temos de mudar a forma como aprendemos, como ensinamos e como temos de nos especializar e dar incentivos ao talento. Porque o problema do emprego é também uma ironia: temos muitas pessoas que não conseguem encontrar trabalho e, ao mesmo tempo, inúmeras vagas em funções onde não existem candidatos", admitiu.
É precisamente nos EUA que a Amazon desenvolveu um novo sistema que substitui por robôs milhares de operadores que catalogavam e geriam as encomendas. A Mastercard tem parcerias internacionais com startups tecnológicas que desenvolvem soluções de pagamento idênticas à que esta gigante do retalho pôs em campo em Denver.
Ann Cairns, presidente da Mastercard, não esconde que esta substituição é real, mas lembra que os humanos vão ter sempre a sua função, mesmo quando as funções realizadas exigem baixas qualificações. "Esses empregos vão desaparecer, mas serão criados outros empregos de proximidade e personalização de serviços", considera a responsável.
Mark Hurd, CEO da Oracle, também está confiante na evolução da tecnologia com base em inteligência artificial. Esta, diz, será a próxima grande evolução nos próximos anos "e vai estar cada vez mais integrada nas aplicações empresariais. Há muitos benefícios, porque a inteligência artificial faz coisas que os seres humanos pura e simplesmente não têm tempo", disse o gestor. " - in artigo do DN, hoje
Web Summit - ″Não vamos destruir o mundo mas vamos ficar com os empregos″