Da série "E agora, a escola."
A realidade grita por reforma das pedagogias. Saber gerir esta transição, eis o desafio, em stress.
Pedagogias da autonomia. Emancipação, socialização, projecto. Sabe-se como, está experimentado. On line, off line, em toda a parte. Sobretudo na escola, nas escolas, e por elas, e com elas. Parcerias de trabalho entre mestres e aprendizes, modo tão antigo como tantas vezes esquecido.
Duas leituras na mesma semana ampliam este grito nos media. Haja mais.
"A escola nunca foi tão necessária nem nunca foi tão insuficiente.Necessária, porque a maior parte das famílias não tem tempo nem espaço para educar os filhos nem para os tratar como crianças. Necessária, porque as desigualdades sociais são cada vez maiores e só a escola pode atenuá-las. Necessária porque as crianças estão cada vez mais inundadas de tecnologias e cada vez mais carentes de afeição e valores. Necessária, porque neste nosso mundo não há outro lugar onde as crianças possam aprender a construir autonomia, responsabilidade e democracia.A escola é, apesar disso, cada vez mais insuficiente. Insuficiente, porque o conhecimento humano aumenta a ritmo vertiginoso, tornando obsoleto o que é hoje novo e seguro, e não há escola que possa acompanhar uma tal explosão de saber. Insuficiente, porque cada vez há mais contingências e incertezas que não podem ser superadas com o conhecimento existente. Insuficiente, porque o próximo futuro será muito distinto do presente, mas ninguém sabe como é que ele será."
O imperativo de uma escola para a autonomia, Sinal aberto, 25.08.2020
"Por isso, a escola deverá avançar no sentido de se tornar uma comunidade de aprendizagem que promove a comunicação e a construção de relações interpessoais sólidas. Desiste da divisão dos alunos em turmas e em ciclos e favorece a construção de percursos individuais de aprendizagem, partindo dos interesses manifestados por cada educando, sendo nos roteiros individuais que vão sendo construídos pelo educando em conjunto com os educadores que o aluno trabalhará significativamente as Aprendizagens Essenciais. Para que tal possa acontecer, será necessário o envolvimento dos professores, dos assistentes administrativos e operacionais, das famílias, dos alunos e de todos os voluntários que poderão enriquecer os percursos realizados individualmente e em grupo. O que é curioso é que, desde 2018, a legislação já permite todos estes avanços. Terá falhado a formação?!"
Aurora Cerqueira e Pedro Selas
A escola do século XXI, Público, 24.08.2020
"Os problemas educativos, agora expostos com nitidez pela pandemia, não são novos. Estamos, sim, a assistir a uma aceleração da história. Os próximos tempos vão ser marcados por mudanças profundas. Hoje, mais do que nunca, precisamos de universidades com grande autonomia e liberdade, com espírito crítico, comprometidas com a inovação pedagógica e o reforço do espaço público da educação."António Nóvoa
E agora, escola? Jornal da USP, 19.08.2020
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