Esse pensar o futuro é mais para as instituições e empresas ou é também pensar o futuro para os jovens?Elas são complementares. Aquilo a que se podia chamar uma espécie de revolução 4.0 é algo que vai afetar muito as empresas que vão ter de investir e utilizar processos, equipamentos, procedimentos que são diferentes daqueles que utilizam hoje, mas também para a administração pública. Não podemos confinar o processo da digitalização às empresas, temos de alargar a todos os setores da sociedade e designadamente em tudo o que sejam serviços públicos de relação com o público, a educação, a saúde, a justiça, a segurança social. Esta questão da digitalização é algo que vai tocar a todos.
Este processo está mais avançado no ensino do que nas empresas?As empresas têm muito trabalho feito. Vamos ter no primeiro painel de sexta-feira um representante da Ernest & Young, Miguel Fernandes, que coordenou um projeto de digitalização das empresas, com Portugal, EUA, Índia e Inglaterra. Houve redes de interação sobre esta matéria com experiências de vários setores, e esse processo nas empresas, em alguns setores, está muito avançado. Agora, está muito longe daquilo que se perspetiva, e não é só na área da digitalização como o processo industrial que é a robotização, as impressoras 3D. O que importa é expandi-las, fazer uma espécie de consolidação deste processo, e julgo que as instituições de educação têm muito ainda a fazer. O sistema de ensino e aprendizagem, a sala de aula, a organização da sala de aula, o relacionamento professor-estudante, o relacionamento entre estudantes e o conhecimento estão a alterar-se. Isto é um processo imparável, querer parar isto é como querer parar o vento com as mãos. A ideia que tenho é que a alteração nas escolas vai-se fazer muito por ação dos alunos. Os miúdos têm os tablets como nós temos o lápis, eles convivem com isto desde que nascem. Portanto, o processo vai ser mais ou menos rápido, mas tem de ser escola a escola.
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